sábado, 9 de maio de 2015

Muganga


A vizinhança descobriu um pequeno caixão de criança vazio á beira do carreiro.
Um cachorro não me deixou dormir. Atropelado, agonizou por horas até enterrar-se na lama da chuva e desfalecer.
Uma vaca morreu no brejo.. Urubus em revoada no céu sentiam de longe o cheiro de carniça.
O açougueiro é suspeito de roubar alguns nacos de carne para vender.
Policia parou-me no beco. Queriam um bagulho. Arrebentaram o colar que ela me deu, riscaram meu cd de Tuch e levaram minha paz.
Voltei cedo para casa, depois que o gerente pegou-me roubando iogurte na descarga do caminhão. Neguei mesmo com bigode de leite e boca suja.
Um povo esquisito com roupas medievais desceu a ladeira, marchando com trombetas, flâmulas e bandeiras. Nenhum dos piás da esquina conseguiu explicação.
Um ônibus carregado de maloqueiros incitou mais guerras. A pedrada acertou uma dona inocente.
A manhã mais tenebrosa da vila é um passo a mais para o dia do Juízo Final.

Chinegrega


Rodeie a Praça. Não há nada para se ver.
Conte os passos ou ande de cabeça erguida. Daqui até a praça nada acontece.
Saia sozinho e sinta-se mais estranho que uma Araucária de Norfolk.
Vista uma camiseta de banda para atrair uma tribo.
Compareça as festas municipais. Pegue o microfone. Sorria e mexa o esqueleto.
Arrisque, encontre o sucesso, á la Jamil Snege e mantenha-se invisível.
Os melhores conselhos para se fazer amigos são nulos pela Archelau.
Deserte de suas convenções. Esse tal agito é psicológico.
Nada muda.
Sem sorrisos a mais.
Em montagens de fotos o esforço te tornará vitorioso.