quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Breguedesse

O ônibus virou em lugar inesperado. Não existe mais rota de ônibus confiável por aqui. Além da constatação de estar perdido, aproveito uma ínfima parcela de felicidade a respeito desta mudança. São os novos horizontes chegando a uma cidade parada no tempo.
Por isso dou tanto tempo de Arauca. Preciso ficar distante para que as coisas aconteçam.
A cada remota visita, inúmeras novidades.
Thuck terminou seu relacionamento. Que coragem!
Paulo após muitos anos, mudou-se para uma nova casa - Ainda não sei onde é. Será que ainda nos veremos?
Regi tão atlético, ficou doente.
Barba ficou careca. E seu piá está tão grande! Maior que ele!
Seu Lucindo morreu de velhice. Não com uma bala de prata, como prevíamos.
Osmar virou crente, e seu outro irmão desvirou.
O grande frigorífico fechou. Surge rua no matagal, prédio no terreno baldio. Praça Matriz reformada. Apagaram as minhas pichações. Sobrou a memória.
Em Araucária, dizem que voltei curitibanizado. Não sei porque.
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As torres da Refinaria são mais vibrantes do que um monte de prédios enfileirados e previsíveis.
As labaredas gigantescas iluminam o céu. Impressionam mais que arco-íris, pé-de-vento, granizo, ondas no mar...
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Em Curitiba, mesmice. Troquei o ralo do banheiro, a cafeteira enguiçou, contas á pagar.
Um longo caminho de volta.
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Até outro dia, Archelau.

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