sexta-feira, 22 de março de 2013

Pilaco

           
Disseram-me que ele tinha pacto.
Ele estava sempre com as melhores roupas, a melhor aparência, em todos os lugares, sempre á frente. Trazia todas as novidades da capital. Se apresentava com uma lolita de maria-chiquinha á tiracolo. A menina mais linda do mundo.
Morava num pobre casebre de madeira, perto da Trincheira. Improvável, mas na parede de fora do mocó, uma pichação bem sacada dava mostra de que ele vivia por ali. “Não alimente os noiados”.
Em seu mundo não havia nenhum adulto responsável. Aparecia algumas vezes na pista do Tayrá. Sem treinar, andava de skate fazendo o impossível. Ninguém se comparava.
Pareceu normal na virada de ano novo, quando perdeu alguns dedos com um rojão que explodiu antes da hora.
Agora sem polegar, sem indicador, sem misticismo. Tudo jaz á explicação da lógica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário