sábado, 27 de julho de 2013

Araupizza


Araucariense monta uma pizzaria pequena. Logo lota o cubículo, sem espaço para tanta gente.
Todos se acotovelam em corredores estreitos, que mal passam as crianças bagunçeiras em sua correria.
Duas famílias animadas comemoram a formatura da filha mais velha. Se acomodam perto da tv, no caso de ter que conversar.
O garçom magrelo vem anotar o pedido (antes que se arrependam). Depressa, volta com uma pilha de pratos e talheres.
Pede para que o pessoal distribua até chegar ao último cliente. Tudo passa de mão em mão.
A coitada da avó é a ultima da fila e recebe o prato manuseado por parentes de higiene duvidosa.
Muitas marcas de polegares, alguns cílios e cabelos depois, chegam os copos. Faltou talher para um e outro.
E é neste rumo, neste ritmo: Tem dias que falta queijo, outros tomate, ás vezes orégano.
Só não falta cliente. Todo mundo fala mal, mas ninguém tem coragem de procurar outro lugar.
Deus me livre, falar em mudar de ares e sair da cidade.
- Seco da nhanha, quer ser granfino, é? Ninguém aqui é rico, viu?

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